Ser madrinha é um estado de espírito

Sou casada há um ano e quatro meses, se for fazer as contas, meu casamento com o casamento (sim, isso existe), já completou dois anos porque foi em novembro que eu e o marido começamos a planejar o casório. Durante este período de dois anos, muitas coisas mudaram: amigos novos, afastamentos, casa nova, emprego novo (afinal de contas, foi por causa do meu casamento que vim parar aqui). Mas uma coisa não mudou: eu não pensava em ser madrinha de casamento.

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Nós e os meus padrinhos

Aí vocês vão falar: AI, MAS QUE BESTEIRA, ESTELA. Ai, gente, não sei se por baixa autoestima, pelas escolhas dos padrinhos do meu casamento (essa história é um capítulo a parte), se por eu ser tranquila e achar que a escolha dos padrinhos é uma decisão muito delicada. Seja lá o que foi, eu realmente não esperava ser madrinha porque já me sinto muito honrada de ser a amiga maluquinha das noivas. Fui madrinha no casamento da minha irmã, aos 19 anos, foi lindo, mas eu era uma pequena jovem que só pensava em champagne. Hoje em dia, 9 anos depois, é tudo muito diferente.

Voltando ao assunto, eu realmente não esperava por essa até que uma grande amiga resolveu se casar. Digo, resolveu oficializar, porque o amor daqueles dois já é casamento faz alguns anos e eu estive presente em muitas das fases e dificuldades que esse amor enfrentou. Mesmo sendo uma das pessoas mais próximas a ela, não esperava ser convidada oficialmente para ser sua madrinha. E quando fui chamada, foi mesmo um choque (de felicidade, óbvio, depois de desespero porque preciso de um vestido de madrinha!). Não que eu não soubesse da nossa proximidade e do amor infinito que sinto por ela, não que não estivesse bem claro pra mim o quanto já nos apoiamos e fomos o ombro amigo uma da outra. Mas, de fato, ser ou não madrinha do casamento dela jamais influiria em todo o sentimento que tenho e continuarei tendo.

Eu e Ela
Eu e Ela

Na verdade, acho que sinto que essa posição “madrinha” já havia me sido delegada há muitos anos. Assim como aprendi com ela, na época do meu casamento, quando fiz as escolhas dos meus padrinhos. Ela não foi minha madrinha oficial, com aquele posto de estar lá no altar, mas foi ela quem assinou os papéis do casamento civil e foi ela quem esteve do meu lado quando virei a noiva mais louca da cidade (isso também é assunto pra outro post). Ela foi minha mais importante madrinha de alma e jamais questionou isso. Acho que a sinceridade e o amor que construímos deixaram claro para ela o quanto aquele posto não significava tanto assim pra mim. Ela esteve ao meu lado e continua aqui, me dando os melhores conselhos sobre casamento que um dia poderei receber (ela é tão sensata que merecia um post especial com seus conselhos sinceros).

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Ter sido convidada para estar lá, olhando pra ela no altar da igreja, foi muito emocionante. Surgiram em mim sensações que eu jamais imaginava, foi um orgulho indescritível. Mas ao mesmo tempo cheguei a conclusão de que eu já era madrinha, sempre fui, assim como ela também sempre foi. Oficializar só fez minha ficha cair de vez e perceber que aquele amor ali sempre teve esse lugar. Ser madrinha de um casal é uma construção a três, uma conquista diária de confiança e admiração. Nós duas construímos a certeza de que mesmo estando longe, estaremos sempre lá, sem interrupções, sem dramas, sem cobranças.

Enquanto escrevo isso, me emociono mais e de novo, pensar na nossa relação é mais do que pensar em presentes e cobranças, como aconteceu naquele famoso caso que pipocou no Facebook. Pensar em nós duas é de esquentar o coração. A vida passa por muitas fases, nós nos transformamos a cada ano que passou. As prioridades mudaram, mas aquela fortaleza que criamos continua lá, sempre a espera de momentos tristes e felizes. Tenho a certeza de que nossa amizade estará sempre segura.

E por que eu escrevi isso tudo? Para trazer à tona essa reflexão sobre os padrinhos que escolhemos para cumprirem uma função e os padrinhos que a vida escolheu. Não criar expectativas, não cobrar uma posição, não achar que um título significa mais do que o amor é a melhor saída para ser surpreendido e para ter ao seu lado as pessoas mais importantes. Independente de convites, de presentes, de convenções sociais, a escolha de seus padrinhos deve ser feita com o coração. E mesmo que eles não estejam lá no altar na hora do sim, serão para sempre seus padrinhos de alma. Escolha ter ao seu lado amigos que querem o bem do seu relacionamento e diga a eles o quanto os ama e o quanto cada um tem seu cantinho especial na sua vida, como fiz com o meu querido Pacha.

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Ao pensar agora, chego a conclusão de que tive muitos padrinhos de alma no meu casamento, pessoas para quem olhei ao chegar na cerimônia e percebi o amor transbordando. Eram muitas as pessoas que desejavam o meu bem sem pedir nada em troca, sem esperar nada (mentira, eles queriam bem-casados). São essas pessoas que considero meus padrinhos e fiz questão de deixar claro a todos eles, mas só fui capaz de perceber isto quando a Thais, essa minha principal madrinha da vida, que me fez escrever isso tudo, olhou para mim e sem dizer nada deixou claro: estarei sempre aqui.

 

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