Antes do grande SIM, esteja preparada financeiramente… É importante pensar no bolso antes de assumir este grande compromisso para a vida toda. Mesmo quem já namora há muito tempo, e até mesmo quem já mora junto, certamente precisa rever alguns conceitos financeiros e entender como as coisas serão depois do casamento. Esta não é uma atitude fria e calculista, é algo muito saudável pro casal, que evitará surpresas e ajudará na concretização de metas e sonhos.
Quando um casal está junto há tempos, e especialmente quando começou seu relacionamento bem jovem, muito provavelmente um participou do início da vida financeira adulta do outro. Aqui em casa, por exemplo, já tivemos diversas situações: eu e meu marido estamos juntos há 12 anos. No início, ele tinha um estágio muito bom que se transformou num emprego, enquanto eu eu estava me formando e fiquei desempregada em seguida. Tive empregos temporários, sem a menor certeza de quanto receberia a cada mês, enquanto ele foi trabalhar num dos maiores escritórios da área dele aqui no Rio. Depois eu arranjei um emprego, e ele decidiu sair do escritório para abrir seu próprio negócio – e dessa vez ele teve períodos de incerteza financeira. Decidi fazer outra faculdade e saí do meu emprego, enquanto ele começava a se firmar no mercado. Nos casamos no meio da minha segunda faculdade – ele com sua pequena empresa relativamente bem sucedida, e eu dando aulas particulares enlouquecidamente (incerteza financeira novamente). Finalmente arrumei um bom emprego e nos estabelecemos bem, ambos podendo contribuir e colaborar de forma igual. Até que nosso filho nasceu, e eu decidi sair do trabalho e empreender (abri o Casar é um Barato com a Mariana) e… mais uma vez, a balança se desequilibrou, pois todo novo negócio demora a dar frutos financeiros. Durante estes 12 anos tivemos épocas em que ele pagou a maioria das coisas, e épocas em que eu pude colaborar mais. Um sempre apoiando o outro em suas decisões profissionais, que acarretavam “problemas”, ou pelo menos desestabilidades financeiras.
Então… se você está pra casar, pense, sente junto e discuta algumas questões antes de assumir o compromisso, pois é fundamental para o casal saber qual é seu papel e o que é esperado do outro.
Discutam metas financeiras
Agora que vocês vão se casar, vocês precisam garantir que os seus objetivos financeiros (individuais e enquanto casal) possam ser atingidos. Por exemplo, se seu novo tem com um de seus maiores objetivos pessoais financeiros comprar uma casa de férias, isso pode ser um enorme problema pro casal (que ainda está pagando parcelas da festa de casamento, e tentando se planejar para o apartamento, ou vivendo de aluguel).
Ter essa conversa antes do casamento pode trazer a vocês uma boa oportunidade para fazer algumas metas financeiras conjuntas. Se vocês decidirem poupar para uma grande viagem, ou se precisarão fazer reformas na casa nova, alinhar os planos financeiros vai ser uma experiência que vai ligar vocês ainda mais.
Criem um novo orçamento juntos
Quando somos solteiros, mesmo namorando, nossos orçamentos pessoais são totalmente diferentes, pois nossas despesas diárias ainda são muito diferenciadas. Por exemplo, você pode gastar bastante na academia e na conta de celular, enquanto seu noivo gasta muito mais gasolina do que você.
Quando nos casamos, os gastos precisam ser pensados em conjunto em nome de metas comuns. Isso não quer dizer que cada um deverá deixar de realizar suas atividades favoritas, mas quer dizer que vocês precisarão encontrar um equilíbrio. O ideal é fazerem um orçamento juntos, onde entrem os rendimentos e despesas de ambos. Essa conversa deve ser franca e o orçamento precisa incluir “necessidades” dos dois, e do casal também. Esta talvez seja uma das etapas mais difíceis, pois sempre haverá necessidade de que um abra mão de algo que considera importante (e o outro também), mas é uma fase fundamental que ajuda o casal a falar a mesma língua no que diz respeito às suas finanças.
Decidam como economizar e poupar
Quero chamar atenção para a diferença de economizar e poupar. Chamo de economizar as formas de gastar menos dinheiro, e de poupar as formas de guardar dinheiro. Nem sempre o que foi economizado acaba sendo poupado (você pode decidir economizar na alimentação, cortando idas à restaurantes por exemplo, e empregar todo o dinheiro economizado na compra de um carro). Um casal precisa entender como fazer as duas coisas. Para chegar a objetivos maiores sempre é necessário economizar por um lado, e poupar sempre! Nem todos os casais economizam nas mesmas coisas, e nem todos os casais poupam da mesma forma.
Algo muito importante é pensar em quanto cada um ganha e é fundamental conversar sobre essas diferenças. Por exemplo: aqui em casa a maioria das vezes meu marido ganha mais do que eu. Ao longo dos anos, nós dividimos as contas, mas eu nunca tenho dinheiro sobrando para poupar. Meu marido sempre pôde colocar mais dinheiro na poupança do que eu. Temos uma poupança conjunta que é utilizada para nossos planos comuns – ele já colocou mais dinheiro nesta poupança do que eu nos últimos anos. Ele também tem uma poupança só dele, pois acreditamos que seja importante termos um dinheiro guardado em comum, mas não achamos que nenhum dos dois seja obrigado a colocar todo o dinheiro que temos na nossa poupança comum. Assim funcionamos. Por outro lado, temos amigos que decidem que cada um coloca na poupança comum um percentual de seus salários. Outros casais de amigos acreditam que absolutamente todo o dinheiro que entra deve ser compartilhado.
O importante é que cada casal converse e entenda o seu funcionamento, sem comparações com outros casais, pois não há fórmulas corretas. É preciso compreender as necessidades e planos, e traçar metas a partir das decisões tomadas em conjunto. Essa é a melhor forma de estar preparado financeiramente para o casamento.